segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sociedade Civil,espaços públicos e a construção democrática no Brasil

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A participação da sociedade civil brasileira nos  campos públicos que emerge dos resultados da pesquisa ,onde afirma que, o processo de construção da democracia não é seqüencial,mas cheio de contradições e fragmentos. Também demonstra que esse processo liga-se a uma serie de fatores,descartando qualquer possibilidade de conceber a sociedade   civil como o “Deus criador” do aprofundamento da democracia.
Desde já,essa diversidade inclui claramente o estado,não apenas considerando como um conjunto de forças que ocupam o poder nos vários níveis sociais,mas necessariamente a estrutura estatal,cujo a imagem autoritária permanece  largamente intocada e com resistência aos impulsos participantes,onde inclui-se também os partidos políticos,mediadores tradicionais entre sociedade civil e o estado.
Vocação essa que é pendular se faz como sua característica de natureza,e os partidos políticos no  Brasil historicamente se inclinaram em direção ao estado,limitando suas buscas com exceções que  por tal maneira notórias,de representatividade na sociedade civil aos momentos eleitorais e aos mecanismos vistos como os mais eficientes nesse momento,como por exemplo: o clientelismo,e as relações de favor,o personalismo,entre outras.
O que separa a sociedade civil e os partidos são as insatisfações generalizada com a política partidária,assinalada também pelos estudos realizados em outros países da America Latina.Assim,essa dificuldade grandiosa inerente  à novidade dos espaços públicos no Brasil inclui-se também a essa precariedade.
O que pesa  nos nascimentos culturais no processo de construção da democracia,é enfatizado por vários autores,é um competente essencial dessa imagem,amplamente nos estudos de caso,e é nesse caso que as contradições e as fragmentações se tornam mais claras e evidentes,de um lado o autoritarismo social,e as visões hierárquicas e excludentes da sociedade  e da política que constituem de obstáculos cruciais na constituição e nos funcionamentos dos espaços públicos,mas por outro lado é preciso  confrontar  esses padrões que é apontado como uma das principais atuais democratizantes em sua real ação. 


Por Emerson Sarmento.

sábado, 30 de outubro de 2010

Quem Somos?

Sobre Piratas e sociedades anônimas

Nasce com o século XVII as Companhias das índias orientais, isso mesmo, no plural, as. O grande órgão da pirataria financiada pelo estado no berço da corrida imperialista teve uma versão inglesa, uma neerlandesa e outra francesa.

É com a Companhia das índias orientais e outras empreitadas do tipo que surge a sociedade anônima. Devido ao alto custo da empreitada marítima e seu elevado risco, nem mesmo os mais ricos ousavam ou dispunham para bancar a empresa do próprio bolso. Portanto a companhia foi divida em títulos e vendida às fatias para investidores antes mesmo de existir. A depender de quanto o investidor pagasse por sua parte na empresa, poderia resgatar um dividendo proporcional dos lucros, caso houvesse. Nasce assim, com a maior companhia pirata da qual se tem conhecimento, o mercado de ações e a sociedade anônima, S/A.

A sociedade anônima oferece boas metáforas para o sistema de produção de bens de consumo materiais, culturais e intelectuais na qual vivemos. Comecemos pela imagem de uma sociedade onde todos os membros podem se manter omissos desde que paguem um preço. Esse padrão de comportamento se estende desde lideranças políticas que coadunam com a corrupção de seus companheiros pelo poder até o servente que compra carne no supermercado sem qualquer preocupação com sua procedência. Assim como não importa ao povo os companheiros do Presidente, não importa ao carreteiro se o gado é tratado pior que seu lixo ou se o rebanho pasta em pedaços devastados da Amazônia.

Em nenhum outro sistema de governo a privacidade foi tão importante ou despertou tanto fetiche. Reflexo de nossa condição de anônimos, o mercado globalizado encontrou justiça para o mundo em etiquetas e códigos de barra. Desde que sejamos identificáveis, podemos ser invisíveis, em momento algum será cobrado de nós, membros da sociedade, posicionamento ou postura, desde que paguemos o preço para tanto.

Nesse contexto surge a Sociedade Explícita S/E, herdeiros da sociedade alternativa de Raul Seixas e dos movimentos de contra-cultura? Revolucionários de clichês Marxistas? Utopias zen-romanticas? Alienados bossanovistas?
Eu diria que somos capitalistas, burgueses, classe-média intelectualizada (seja o que for), acima de tudo. Porque talvez o que nos una não seja o que escolhemos, mas o que não pudemos escolher. Como por exemplo viver num mundo onde a parte se aliena do todo, onde a justiça se aplica pelo paradigma oferta/demanda; ou onde a cadeia de produção funciona como uma flecha em linha reta direto para nosso peito. Outras escolhas que não fizemos foi a de estarmos inseridos e já haver explorado o suficiente desse sistema para enojá-lo e ao mesmo tempo nos sabermos terrivelmente aquém da nossa utopia de transformação, nos vemos muitas vezes gostando, diria mesmo gozando dele, tanto no que nós gostaríamos que ele fosse quanto no que ele é para nós.
Como última trincheira que erguemos para tentar, mas uma vez convencer alguém (nós mesmos?) que estamos fazendo algo levantamos a sociedade explicita, não mais saqueadores anônimos, mas sim piratas capazes de levantar a própria bandeira encaveirada, mostrar o rosto ossudo e pagar em praça pública os dividendos de nosso estrago.
Por Diogo Testa